quinta-feira, 12 de agosto de 2010

DÍZIMO E OFERTA

O QUE A OFERENDA NÃO É...
Não é "dízimo": assim denominá-la é minimizá-la, e encará-la "apenas" como solução dos problemas econômico-financeiros da comunidade ou como meio de sustentação do clero ou do culto; é desvirtuá-la, desviando-a de sua finalidade precípua e fundamental de meio por excelência de comunhão com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. A oferenda é um culto a Deus, um ato litúrgico praticado pelo Homem Todo na Comunidade Eclesial, que assim se santifica oferecendo o seu trabalho para a santificação de toda a Igreja e do mundo todo, doando-se a si mesmo e tornando-se vítima com Jesus.

Não tem um valo estipulado em porcentagem, mas deve, "conforme as possibilidades de cada um, prover às necessidades da Igreja, de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras apostólicas e de caridade e para a honesta sustentação dos seus ministros", o que indica a transparência com a mais ampla divulgação do plano pastoral e plena participação de cada um, conforme a sua própria vocação pessoal, bem como o orçamento e a receita da paróquia.

A oferenda não isenta o fiel de outras participações, até mesmo de caráter extraordinário que possam ocorrer ou de qualquer outra natureza, necessárias e concernentes para a vida comunitária. Não se confunde com os deveres individuais de caridade nem os substitui ou anula, nem ainda com as obrigações sociais de cada pessoa ou obras de misericórdia. Também não substitui a espórtula, que ocupa o lugar das primícias devidas a Deus, que, por sua vez, também não se confunde nem impede a participação com oferendas voluntárias ou votivas

A oferenda não é uma doação, deve ser entregue, é um direito da Igreja (Mt 10,10; 1Cor 9,11-14). Não pode ser objeto de nenhuma organização de controle ou fiscalização, no que vai contrariar a vivência do fiel no seu conteúdo doutrinário. Estará "pagando", não "comungando", nem "cultuando".

"Deus não faz acepção de pessoas" (Dt 10,17; At 10,34; Rm 2,11; Gl 2,6; Ef 6,9; Cl 3,25; Tg 2,1; 1Pe 1,17), não cabendo a classificação meritória de "dizimistas", por vários outros motivos:

Contraria toda a "teologia comunitária" da oferenda, com a qual se estabelece pela própria natureza dela a vida em comunhão com Deus e com todo o Povo de Deus pelo sacrifício.

Fere a realidade do Corpo Místico de Cristo, que não é uma figura de ficção. Qualquer contribuição pessoal, por mais individual que seja, é a participação de todos na santificação dos membros, principalmente aqueles que nada possuem e não podem doar nada, devendo ser muitas vezes objeto da "misericórdia" da comunidade de fiéis. Apesar dessa situação deles, também participam igualmente do Corpo Místico de Cristo (Fl 1,12; 3,10; Cl 1,24; 1Cor 10,16; 2Tm 1,8).

Estabelece uma distinção que não pode existir no Sacrifício Missa ou Eucaristia, pois sendo a oferenda um culto que a Igreja presta a Deus, estabelece-se neste culto uma discriminação comunitária. Não se deve perder de vista que uma das "virtudes" que o fariseu apontou contra o "publicano" da Parábola foi o de "pagar o dízimo de todos os seus rendimentos" (Lc 18,12) e nem por isso foi justificado...

A oferenda deve ser entregue em virtude de seu sentido espiritual e religioso, sem outro interesse que o litúrgico, um culto, sentindo o fiel a sua participação no Sacrifício de Cristo como Hóstia ou Vítima, um só Corpo com Ele, não se insinuando na Igreja o sentido material desligado do religioso, para também por esse meio se santificar e se sacramentar o humano.

Fonte: Net